quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Às mães solteiras que ainda tem um coração batendo no peito


Alôvossê, que é mãe solteira e pena com as dificuldades rotineiras de uma pessoa nessa condição de uso, digo, de vida. Esse post é pra você querida amiga ouvinte.
Você tá ai jogada as traças, feliz da vida com seu filhote sim!, porém você sente que lhe falta algo.
Será detergente? Papel higiênico? Faltam ovos na geladeira? Isso é muito fácil de resolver! Mas e quando faltam aqueles trens relacionados a amor, coração na boca, paixão, coxa –na- coxa? Aí a coisa complica.
Complica primeiro porque você é mãe, segundo porque é solteira, e essas duas palavras na mesma frase fazem os rapazes sofrerem alucinações lisérgicas adrenais, culminando em taquicardia e ondas de suores gelados nas extremidades (claro que nem todas extremidades e nem todos rapazes, porque alguns nem possuem glândulas adrenais).
As dificuldades são inúmeras e se eu for listar aqui todas elas, passarei o feriado de 7 de setembro na frente desse note. Mas é preciso ter fé é preciso ter garra.
Como você, com um filhote pequeno, sairá à caça? Hein?
Uma dica quente, querida ouvinte: Você não precisa mais sair pra paquerar, mesmo porque você perdeu o jeito e não sabe mais como paquerar, e outra, sair que horas se você trabalha-estuda-faz comida-limpa casa- passa roupa and cuida de seu pequeno rebento?
Pois bem, seu problemas terminaram! Com o advento da internet, as coisas ficaram beeeem mais fáceis, vamos acompanhar:
A  internet é uma criação do diabo, onde residem vários diabinhos denominados redes sociais. Essas redes permitem o contato em tempo real até, com outras pessoas, de outros estados, outros países, outras dimensões e outros planetas quiçá.  Olha que maralvilhan! Daí, você em sua santa ingenuidade, Batman, começa a papear com um sujeito(ou sujeita) que parece ter um mundo inteiro em comum com você. Coi-sa-mais-lin-da-do-mun-do. Conversa vai, conversa vem, vocês marcam um encontro. Mas peralá! Sujeito não mora no mesmo perímetro urbano que você! Mas o que são os obstáculos quando se trata de amor né mesmo? Amor não tem fronteiras, não tem regras,  o amor é lindo e cheiroso e vocês são almas gêmeas.
Com a maior destreza do mundo, esquecem das dificuldades e marcam tal encontro. E se apaixonam loucamente (ou no pior dos exemplos, só uma parte se apaixona) Você faz o que, querida ouvinte mãe solteira?
Você sofre.
Você sofre pela distância, você sofre pela falta de contato, você sofre pelas inbox de periguetes marcando encontro com o SEU homem, você sofre com sms assíncronos e frios, você sofre com like em foto de biquíni e aí, querida amiga, a pulga se instala bem atrás da sua orelha, e você sofre por ser uma chifruda virtual. E isso dói! Dói porque seu mundo agora é virtual e você não mais existe como pessoa física. Daí, você parte seu coração com iconezinhos, você derrama lagriminha ;(   você chora a cântaros ;((;((:(, porém a vontade de matar é real, e você conclui que esse negócio de namoro virtual não dá certo.
Então o que você faz parte2? 
Sai para ir no mercado espairecer. Porque supermercado é o único lugar possível, cabível e permitido para uma mãe deixar seu filho na avó e ir num sábado a noite sem ser execrada pela própria culpa e pelo olhar reprovador dos que não entendem nada de mães solteiras de corações partidos.  
E lá, no lugar mais improvável do mundo, no corredor de produtos de limpeza, você se depara com aquilo tudo que sempre sonhou para sua vida e que jamais imaginou que pudesse encontrar ali. Aquele que se tornaria o seu ombro amigo, o seu salvador. Aquele que te faria ver estrelas e sorrir lindamente cada vez que olhasse pra ele ou sentisse seu cheiro. Porém não se entrega fácil, é comedida, titubeia, calcula riscos, e em um átimo de segundo consegue pesar todos os prós e os contras dessa relação,e, com coragem, você se encosta em sua própria parede mental e diz: é pegar ou largar, gata.
E você decide pegar!
Mas pega e sai correndo? Pega e não pensa nas consequências? Não! Pega consciente do que está fazendo.
Íntegra, adulta e responsável, você passa no caixa e paga em dinheiro a sua caixinha de Lolo.
Pronto você é feliz de novo.
Quem precisa de amor, quando se tem chocolate?


DICA: Para você pai solteiro que está lendo esse post, sabe deus porque, meu amigo Guilherme Fuoco, do blog Papai Jovem está cedendo dicas quentíssimas de como ganhar uma gatchinha. Corre lá e volta aqui. ;)


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A vida é um bumerangue



 Fui chamada na escolinha da Nalu por motivos de  “reunião individual”. Ferrou.
Chego lá, minha cria derramando litros de lágrimas apontando para a marca de uns 8 dentes no bracinho.
Den-tes.
Minha filha, aquela princesinha que crio com todo amor e carinho e protejo leonicamente dos revezes da vida, fora brutalmente abocanhada por um tiranossauro rex da classe dela.
Arthur o nome do delinquente.
Meu sangue fervilhou e baixou a Sandra rosa Madalena na porta daquela escola que só Sidney Magal poderia exorcizá-la de mim.
Como assim vocês permitiram essa atrocidade? Quem é esse menino? Filho de chocadeira? Cadê a mãe dele? O pai? São corinthianos? Como criam esse moleque? O que comem? Do que vivem? Já passaram no globo repórter?
A professora me pediu desculpas por 'não ter visto' e disse que nessa idade, as crianças costumam morder os coleguinhas mesmo, que é normal, blblbla.
Normal pra quem, cara pálida? Normal pra quem é mal criado, pra quem não recebe atenção em casa, pra quem não aprendeu sobre modos e não sabe ensinar aos filhos. Ou pra índio que vive no mato. Ou onça.
Quis escrever um carta com sangue nozolhos pra mãe dessa criaturinha, falando sobre a importância da educação, da presença, dos bons modos, que eu não gostaria que isso se repetisse, que minha filha é uma lady e o filho dela um monstro subaquático... mas me contive e não escrevi nada. E até hoje, a mãe do Arthur nem desconfia que eu estava pronta a arrancar os olhos dela com o garfo.
Dia seguinte me chamam na escola novamente. Ja fui pisando duro e cuspindo prego.
-Que que foi agora?
-É que nalu mordeu a Maria Fernanda e.....
-Qual o telefone da mãe do Arthur por favor?
-Do Arthur? Mas ela mordeu Maria Fernanda...
-Sim, mas eu quero a mãe do Arthur.
-34xx-xxxxx
-alô, mãe do Arthur? Aqui é a mãe da Nalu, você poderia encontrar comigo as 17h na pracinha perto da escola pra gente se abraçar? Por favor?

Oi?