segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pais e Filhos

Queridas leitoas, quero dizer, leitoras (e leitores) - as delicadas e as nem tanto- venho por meio deste dizer-lhes que a novidade que prometi ali naquele post an-anterior é a seguintch: agora sou colunista da revista Pais e Filhos. 
É isso senhora e senhores, agora vocês poderão meler semanalmente no site da revista a começar por HOJE JÁ --> www.revistapaisefilhos.terra.com.br 
Não, não abandonarei esse bloguinho de jeito algum, porque história é o que não falta. Só tempo, mas pra que serve o horário das 4h as 5h, né mesm? Vamo que vamo! 

Desculpem a demora, mas eu estava esperando orders superiores (de deus?) para poder postar. (Ok pra você, senhora comentarista grrrrrrrrrrr?) 

beijos e é nóis. 


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A excursão parte 3




Lá se foi minha bebê pra mais uma excursão. A terceira da vidinha dela.
Hoje é dia de zoológico. Coisa linda que é zoológico. Tem patos, tem macaquinhos, tem saguis, tem coelhos, jacarés, tem gorilas, tem leões, tem ursos, tem onças, tem dinossauros, tem dragões que cospem fogo. Tem duas professoras, um monitor e um biólogo.  Enquanto as professoras fofocam sobre as pernas torneadas do monitor, algum biólogo explica pra uma criança o que o hipopótamo gosta de comer, enquanto outra criança é devorada por uma leoa faminta.
Na minha cabeça a excursão é assim, mas deve ser porque sou mãe ne? Que mãe não pensa em tudo que pode acontecer?
Mas Nalu tava felizona, pimpona. Nem tchau me deu, tamanha a vontade de ver de perto as lagartixas gigantes, que creio eu, se tratarem de jacarés. Jacarés comem gente? Tem cobra no zoológico ou só no butantã? Duas professoras e um monitor saradão não podem dar conta de umas quatro mil crianças. Biólogo? Que mané biólogo? Criança de 3 anos vai prestar atenção num biólogo? Criança de 3 anos vai testar limites, vai esticar o braço pra dar Danoninho pro tigre que não come há sei lá, 9 dias.
Já roí 6 unhas, ainda faltam 4 e ela só chega as 17h.
Enquanto espero e roo as unhas restantes vou mandar um currículo pro Spielberg ver se descolo algum estágio de roteirista pro próximo filme. 

Ps: sobre a novidade, não esqueci, semana que vem postarlhaei. Bejs. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Não abandonei-vos

Eu sei, eu sei, eu sei, eu sei, perdoem o demorado sumiço, é que ando meio atrapalhada (mais) com tanta coisa pra fazer que acabei deixando o bloguinho de lado, e acabei que levei uma baita bronca de uma leitora anônima, vejam "Esse Blog está virando um canal para fazer "propaganda" de outros que postam as histórias da Giuliana, mas postar aqui que é bom nada, ou você decide fazer um blog e escreve nele, ou então não mantém o blog.... " Mea culpa, mea máxima culpa. Farei o possível para não te desapontar mais, Sra Anônima e Sras leitoras orfãs.
Mas seguintch, muitas novidades e uma delas é que esse blog que vos fala fora citado na revista Super Interessante do mês de outubro e eu, assim como marida traída fui a ultima a saber. Mas muito agradeço a revista e a pessoa que indicou meu Lulu como uma leitura pra "rir e emocionar".  
Mis brigadas.

Outra novidade é, bem, é.... ainda não posso contar, mas no próximo post vocês saberão. Não, Lulu não está dormindo,  não desanimem.


Deixo-vos hoje com uma perolinha de minha bebê e enterro aqui a esperança de um dia eu me tornar uma cantora de sucesso e fazer parte do time do Lulu Santos no The Voicer Brasél.


- mãe, você pode parar de cantar por favor?

-parar por que, Lulu?
-porque tenho medo que alguém escute
-e daí se alguem ouvir? Qual o problema? Zeca Baleiro é tão legal e...
-sim, ele é, mas você cantando me deixa com vergonha.

 This, demorei tanto pra voltar a escrever que Lulu já virou adolescente.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Hoje estou lá

Meninotas e meninotos, hoje meu texto "E tenho dito" está no site www.bebe.abril.com.br no Confessionário. neste linque aqui
Visitemme, bejs


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Filosofando na madrugada com Giuliana- todo domingo as 2 da manhã. Não percam.


-Mãe, posso ser cozinheira?
-Claro filha. Você QUER ser cozinheira?
-Quero! Você me ensina?
-Olha amor, eu não sou a pessoa mais indicada pra te ensinar, mas eu tento. Pode ser?
-Pode.... Cê sabe fazer danoninho?
-Arram, sei.
-Sorvete?
-Não.
-Macarrão?
-Minha especialidade!
-Quando crescer vou ser cozinheira, então.
-Ok filha, ouça: nunca desista do seu sonho. Dificilmente você vai encontrá-lo na padaria mais próxima, então é preciso persistir e ir atrás! Em se tratando de sonho, filha, vale a pena, e se for de creme, melhor.

Que mãe, tá maluca? Só queria danoninho....

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Leite é amor - O meu caso com a amamentação- #Blogagem coletiva.




Dia 1 de agosto foi o dia mundial da amamentação,
e eu vou contar a minha história pra vocês, amigas do peito-murcho.
Tenho uma historinha linda e que se encaixa perfeitamente no tema proposto pela nossa amiga Nívea.
Eu tinha decidido junto ao meu médico que não iria amamentar, porque como alguns sabem, eu tive problemas na gravidez, ou antes dela. Eu sofria de uma paradinha chamada síndrome do pânico: o terror noturno/diurno dos adultos estressados.
Uma doencinha mais ou menos que te tira do prumo e faz você olhar no espelho e dizer que você não é você. Aí você conclui que está louca e acredita nisso piamente. Você está louca!
Os meus sintomas começaram a aparecer uns 4 anos antes de eu engravidar, e eu tomava remédios pesadíssimos, daqueles pintados de preto na caixa sabe?Então não poderia engravidar, certo? Até que me descobri grávida.
Depois da diárreia nervosa, liguei para avisar meu então marido, mas antes de mais tudo, liguei pra avisar meu então médico psiquiatra. Meu então medico psiquiatra me deu os entãos parabéns e uma então recomendação, assim, em caps lock: PARE JÁ DE TOMAR SEUS REMÉDIOS.
Entrei em um então pânico de ter pânico. Quem padece desse mal sabe, é pior que assombração.
Acatei a recomendação, ou melhor, ordem do meu médico e joguei as drugs fora, junto com um vômito incontido de alegria e desespero.
Os primeiros três meses foram quase lindos, até eu ter uma crise de taquicardia enquanto comia um frango frito com polenta. Avisei a minha família (e o restaurante inteiro) assim: ESTOU MORRENDO. SALVEM MINHA CRIANÇA.
Era o pânico.
Passada a crise, telefonei pro médico, implorando por remédios. E ele foi taxativo. NÃO. 
Passei os 6 meses restantes ligando para o pobre diariamente. Eu disse di-a-ri-a-men-te; chorando, e pedindo pelo amor de Deus que me tirasse daquele redemoinho.
E ele me dizia: assim que ela nascer, vou no hospital te levar 3 caixas de remédio embrulhadas pra presente, no dia que ela nascer, eu prometo. Só que tem um porém, você não vai poder amamentar.
Aceitei na hora, porque meu estado era de lamentável pra baixo.
Ela nasceu, e só pude vê-la 2 horas depois, quando passou o efeito do dormonid ou sei lá o que que me deram. Enfiaram aquela coisinha gosmentinha debaixo da minha asa e ela ficou procurandodo meu peito enquanto eu cantava Amor I love you no ouvido dela, com a voz mole.
Ela tava esfoemada e taquei o peito na boca dela. Era melhor pra mim? Não. Era melhor pra ela? Sim.
Só que ela não conseguia sugar. Fiquei desesperada achando que ela tava sofrendo de fome. Persisti. Meu peito sangrou, infeccionou, ficou em carne viva e eu chorava, chorava de dor mas chorava mais ainda de vontade de superar essa dor. Eu tirava o próprio leite e colocava num copinho pra ela tomar, ela tomava, mas era pouco. Meu peito sangrava e ela chorava. Eu chorava mais e insistia. Até que depois de 6 intermináveis dias, ela pegou meu peito e mamou por longos 30 minutos. Foi a alegria misturada com dor mais intensa que eu já senti.
Neste dia lembrei de ligar pro médico, (tinha esquecido que eu não poderia amamentar), e ele mandou decidir: ou a amamentação ou os remédios.
Optei por segurar o rojão, sozinha com a minha doença latejando em cada célula do meu corpo, e me apoiar em todo aquele amor que eu precisava e queria dar a ela.
Eu sofri, e não tem como mensurar nem contar o quanto eu sofri, porque sofrer é uma coisa solitária. Só quem sofre sabe o tamanho da profundeza do seu sofrimento; então besteira eu tentar explicar aqui, mas a sensação que eu tinha era mais ou menos como se eu tivesse que lutar de hora em hora contra um leão esfomeado para que eu e minha filha pudéssemos sobreviver.
As noites em claro pioravam muito meu quadro, mas eu passava por cima e pensava comigo, é so mais hoje, e eu to aqui por ela.
Eu, Giuliana, era a última pessoa que importava naquele momento. Era o amor que eu sentia por ela que me mantinha em pé, me sustentava.
Avisei o médico que ao completar seis meses de amamentação exclusiva, eu voltaria aos remédios, porque esses seis meses seriam inteiramente dedicados a Lulu e a livre demanda de leite. Livre demanda aqui, significou mamar de hora em hora ao longo do dia e também da noite, por 6 meses.
 Acontece que ela fez seis meses, e eu achei que ela acordaria adulta e falaria, chega de mamar aqui. Mas não, ela não quis parar e nem eu. E decidi ir até onde ela quisesse, afinal a atriz  principal era ela, e eu, só uma coadjuvante. E ela quis até completar 1 ano e 15 dias.
Um ano e quinze dias de livre demanda, de peitos inchados e doídos, de conchas cheias, de sutiã com absorvente, de peitos ao ar livre, de peitos no shopping, de esconde-esconde de peitos, de olhares de reprovação, de olhares de aprovação, de olhares curiosos, de intenso sofrimento psicológico, de uma luta infernal contra minha própria mente, mas sobretudo, um ano e quinze dias de intenso e soberano amor. Que foi o que venceu no final. O amor pela minha Lulu.
Se fosse hoje, eu faria tudo de novo e sem pensar. Uma doençazinha de merda* não pode ser maior que o amor de uma mãe pelo filho. Não mesmo.


PS: *Como eu já disse em outro post, a síndrome do pânico infelizmente não é uma doençazinha de merda. Não é frescura, não é coisa de gente fraca.
É uma dor intensa de quem sofre mas não consegue achar o caminho da saída.  É um desamparo e uma solidão sem tamanho e sem fim.
A realidade se distorce e se torna distante, como se você fosse expectador do próprio sonho. Você acha que não é você. Despersonalização é um dos sintomas.
É uma doença e tem que ser tratada como tal, com remédios e terapia. Quem tem, sabe que o sofrimento e a luta são diários. E que um simples banho pode ser a coisa mais assustadora do mundo. Alguns casos são leves, outros pesados. Na minha pior fase, antes da gravidez, eu cheguei a ficar 5 dias sem sair da cama e sem comer absolutamente nada. Perdi 6 quilos e tinha certeza que tinha perdido a lucidez. Graças ao meu médico, Dr. Guilherme, que pacientemente me amparou, eu consegui superar a mais punk das fase, a dos primeiros vinte dias de remédio. E graças a ele também, que ouvia as minhas súplicas durante toda a minha gravidez, pude me segurar até onde consegui. Voltei com os remédios 1 ano e meio depois de Lulu nascer, depois de passar uma tarde numa maca de um pronto socorro, inconsciente.
Há 5 meses, diminui a dosagem do remédio e tomo menos da metade da dose inicial.
Pretendo parar de tomar nos próximos meses, ou se minha menstruação não descer ate amanhã..... BRINCADERA GENTE. 

                                                            Leite é Amor.jpg
Incentivo a doação de leite. Saiba mais no blog www.mildicasdemae.com.br

terça-feira, 31 de julho de 2012

Os 3 anos. Ou aquilo que faz a vida valer a pena

Três anos! O tempo voou. Não tenho mais uma bebê, tenho uma quiança. Uma quianca que fala como adulto, às vezes; que me ensina coisas que jamais pensei que pudessem existir, que me desafia, que me faz ser adulta, que me faz ser forte, mas que também me pega no colo e diz assim bem baixinho no meu ouvido que tudo vai dar certo.

Quarta última foi seu aniversarinho e eu passei o dia longe dela. Era dia de ela ficar com o pai e ele ia dar uma festa, me parece. Não sei se deu, se teve uma festa, só sei que fiquei muito triste por estar longe dela. Mas era bem provável que ela estivesse feliz, então tratei de ficar também.
Só que eu queria ver essa felicidade de perto, participar também, então com a ajuda dos avós, reuni amiguinhos e família num buffet.
A uma certa altura, antes dos parabéns ela me chamou, queria me dizer "uma coisa". Pensei que fosse cocô. Ela me puxou pra dentro do banheiro, me abraçou forte, me deu um beijo e disse, olhando nos meus olhos: "mãe, to adorando esta festinha linda. Muito bigada, sua gostosinha."


Well, é isso que faz minha vida valer a pena. E é pra isso que vivo.
Te amo do tamanho do mundo, minha gostosinha.  
                     
          Mesmo com essa cara de -mãe, to fugindo dos parabéns- ela amou.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Hoje to lá

Amiguxas, hoje estou no site da Nestlé
Corrão, comentão, leião!
Bjos

terça-feira, 26 de junho de 2012

Disciplina é liberdade, já dizia o poeta


Naluísa está com problemas técnicos.
Fica procurando o sinal do satélite durante alguns bons minutos por dia. Às vezes horas.
Alguns chamam de birra, outros de manha e outros de problemas psicológicos de cunho gravíssimo. Há quem diga ser a crise existencial dos 3 anos. Terrible three? O médico credita isso tudo ao tal do terror noturno - quando de noite- porque de dia ele não tem a mais vaga ideia do que possa ser. 
Uma crise hitckockiana que bota todo mundo de cabelo em pé. Eu morro de pena, mesmo sabendo que a culpa é minha. Que foi? Sou mãe não sou? Então a culpa é invariavelmente minha e ponto.
Sem motivo aparente, sem ser contrariada, sem se frustrar; do nada absoluto algum gatilho é acionado em seu mundinho interior que faz a crise disparar.  
Ela entra numa espécie de transe. Começa com um crescente irritação até atingir o ápice e fica cerca de 1 hora gritando, se jogando no chão, se machucando, se batendo e batendo em quem está perto. Ela não me reconhece, demodusque ela olha pra mim e pede pra eu chamar a mãe dela. Uma coisa muto loca, tipo uma crise mal sucedida de um LSD que não caiu bem (ACHO).
Tenho dó, tenho raiva. Por que com ela? Por que comigo? Tenho ódio do mundo, do síndico, do Barack Obama, da Carla Bruni por me largarem sozinha num momento como esse, embora muitas vezes eu não esteja sozinha, mas acho que to. Atitude imatura irracional e sonolenta da minha parte, confesso.
Isto posto, me propus a investigar a fundo essa coisa toda. Como? Marcando consultas em médicos, psicólogos, e pais de santo. 
Minha santa mãe se propôs a levá-la em um homeopata novo. O nonagésimo terceiro que ela já foi, acho. A dinda, que anda meio impressionada, por via das dúvidas invoca os orixás da menina todos os dias. E eu to fazendo o que posso, entre o acordar, ir trabalhar e voltar pra casa, tenho consultado quatrocentos psicólogas por dia e uma delas sugeriu que eu trocasse ela de escola, já que o bilinguismo pode ser um fator estressor pruma titica dessas. Uma escola que além de militaresca, falam inglês o tempo todo. Faz sentido, nã?  Deve dar um baita nó na teia neural de uma criaturinha de nem 3 anos, vide o “mom, don't chora. Teardrops são salgadas” Embora eu tenha crises de riso com isso, é grave minha gente!
E onde em toda essa minha vida- moderninha- deixar- minha menininha- sair- sozinha eu iria enfiar ela? Onde onde onde meldels? 
Numa escola paz e amor, claro. Também conhecida como educação antroposófica ou ainda pedagogia Waldorf. Comigo não tem meio termo, não. Soy otcho o oitchenta.
 Lá, crianças plantam alfacem e comem alfacem, plantam minhocas e comem minhocas. Pescam seus próprios peixes para o almoço. Peixes orgânicos. Peixes fakes. Soja fantasiada de peixe?? 
E apesar de eu ser totalmente contra essas coisas ecologicamente corretas, como por exemplo lagartas que viram borboletas, além de ser muito fã do cimento e levantar a bandeira do agrotóxico, estou empenhada em incutir pouco a pouco essa magnífica hippie/chic/ ecoideia na cabecinha dela, porque dizem os junguianos do mato que crianças devem crescer livres, pimponas, corajosas, amigas de jubartes, e sem carregar os traumas e nojos que são da mãe (né mãe? Valeu pela herança lagártica)
Então, pelo bem dela, finjo que natureza é saudável e começo o discurso:
-Filha! Você vai comer fruta na árvore! Se sujar de lama! Levar advertências ao som de bandolins! Vai bordar camisetinhas para crianças carentes quando for pro antigo time out, onde as teardrops não eram reaproveitáveis. Agora vai aprender a escoar suas lágrimas e direcionar para o recipiente dessalinizador, donde surgira água potável para posterior consumo próprio! Vídeos do Rio +20 entarão no lugar de Lazytown e você construirá cabanas com os tijolos de adobe com sistemas hidráulicos de arrefecimento  por luz lunar e com ventiladores eólicos feitos por você e por sua comunidade, digo, classe. Incredible não?
Ela não se convenceu muito ainda, mas estou trabalhando pra isso, e me disse que quem come fruta na árvore é papagaio.
Mas eu to apostando. To com fé, to sustentável. 
A única coisa que mais me mortificará em abandonar essa escolinha atual bilíngue é que quando eu acordar no meio da madrugada pra enxugar o xixi dela e jogar o papel na pia, ao invés de no vaso, ela nunca mais dirá “ what a fuck, mom?”  
Mas pode ser que ela recolha o papel higiênico usado para possível análise de reciclagem. O que também será bonitinho, além de ecopsicologicamente correto.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

E tenho dito



Inspirada por Flávia Werlang, baixou o espirito mãe-solteira-sim-e-daí? e resolvi botar pra fora os incômodos (dos outros) sobre essa minha condição matérnica.
Desde que me separei, eu saio com minha filha para passeios e afins, só eu e ela, ela e eu; e nesta última sexta- feira, resolvi levá-la na pizzaria mais badalada e cheia de famílias felizes de Jundiaí. Coragem? Muita.
Pedi uma mesa para dois. Duas, no caso.
-        - Dois lugares, mais um cadeirão, senhora?
-        -Não senhor. Dois lugares e ponto.
 Mas mesmo assim, o gentil e solícito garçon colocou mais um prato, just in case. Vai-que-né? Aparece algum salvador e tira essas duas dessa maldita solidão.
Sentamos na nossa mesinha e escolhemos nossa pizza. Pessoas passavam olhando como se eu tivesse uma perna amputada num acidente de trator no meio de uma rodovia deserta. Com cara de dó. Como se fossemos duas pobres coitadas. E isso é frequente senhoras e senhores! 
As pessoas sentem pena de uma “mãe largada com uma filha pra criar.” Acreditem, em pleno 2012.
Eu e Lulu somos BR (bem resolvidas, como diz a dinda) e lidamos bem com esse tipo de coisa, mas as pessoas se incomodam, minha gente! Se incomodam demais a ponto de me chamarem num canto e dizerem “fica tranquila, linda, eu acho que vocês ainda voltam. Ele só tá aproveitando um pouco pra galinhar, sabe como é homem né? Mas tenha paciência, vocês formam uma família linda e Deus vai uni-los de volta. Tenho fé”. Tá. Fique com sua fé empoeirada e use-a para conselhos mais edificantes, minha senhora. Essa foi a minha resposta, educada juro, e sorridente, também juro. Porque hoje em dia costumo achar graça.  
Mas nem sempre foi assim. No começo me incomodava com esse tipo de comentários, como no dia em que eu, ele e Lulu saímos para comer um sushi e no meio do jantar, uma moça que nem nunca vi na vida me chama pelo nome e diz “eu me emociono de ver vocês dois juntos. Sempre te vejo sozinha e me da um dó. Eu acho que ele ainda vai pedir pra voltar!” OE??? Agradeci o comentário e comi meu sushi-com-gosto-de-derrota e fui embora triste. Triste porque ainda era leiga nesse assunto. Não sabia lidar e vai que ele pedia mesmo, né? Rá. Hoje em dia mato no peito (murcho)

Será que é tão difícil pra essa sociedade quadrada entender que fui eu Giuliana, a MULHER,  que pedi a separação? Que EU QUIS me separar, que aquela vida não estava me fazendo FELIZ, que eu decidi correr atrás da minha FELICIDADE e jantar numa sexta feira a noite numa pizzaria lotada de famílias felizes me faz feliz também porque Anna Luísa É a minha família e ponto?
Não sofremos de solidão, não somos abandonadas, não somos sozinhas, e muito menos amputadas emocionalmente.
Eu hoje sou o resultado muito bem sucedido de uma escolha eu EU fiz 1 ano atrás, mas o preconceito transforma as pessoas em terapeutas matrimoniais.
E se eu esboço um namoro com alguém-que-não-o pai-da minha filha? Eu sou obrigada a esconder meu namorado dela? Não.Obvio que não vou ficar apresentando a ela os 9.456 caras que eu saio (?Oi?Oi?ô????) mas se tem um que valha a pena, porque não? Tem amor? Tem. To feliz? To. Ele nos trata bem? Super. Então qual o problema? “Nao se apresenta namorado pra filha. Cria traumas”  Peralá. A menina em questã assistir a um casamento desmoronado, que passava longe do amor e do respeito é mais saudável que ver sua mãe feliz com outro homem que não o pai dela?

Eu optei pela separação, eu optei por voltar ao trabalho, eu optei por viver sozinha com ela e, se em (?muito?) breve optar por assumir um namoro, vou fazê-lo sim! Porque isso me faz feliz. E uma mãe feliz e realizada (and apaixonada) faz milagres na vida de uma filha. Ela tá até dormindo gente. Tá mentira. Mas tá mais feliz também, porque eu, a mãe, tô.  E isso é nítido.

E o que mais me surpreende nesse história toda são os comentários que ouço que quando ele sai sozinho com ela. Ele é o cara! O super pai, o herói, o fodástico que sai com a filha sozinha e as vezes até banho dá!!!! Um puta pai! Ok,ele é realmente um puta pai pra Lulu, mas ele é um puta pai e eu sou uma coitada?
Soy yo que fico com a parte punk, eu que seguro todos os rojões do mundo, todos os dias, eu que levanto a madrugada toda e todas as madrugadas para atendê-la, eu que cuido das crises de terror noturno dela, eu que faço almoço e janta, eu que levo ela na escola todos os dias, eu que chego atrasada no trabalho todos os dias para fazer ela parar de chorar na porta da escola... Enfim, eu faço tudo isso porque OPTEI por. Caralhos, gente!
Não estou aqui pra levantar uma bandeira feminista e queimar meu sutiã em praça pública mesmo porque se eu ficar sutiã, entro em depressão. É um desabafo de uma mulher decepcionada com  preconceitos idiotas em relação a essa minha condição de doente contagiosa de mãe solteira que sou.
Mas como disse um amigo meu: quando a gente tá feliz, a opnião dos outros  tem menos importância que um peido de vaca.  Bem por aí, genz... bem por ai.
Então, seguremos- nos- vos- pois mães solteiras e sigamos guerreiras e aparamentadas com escudos psicológicos de maturidade. Isso inclui cuspidas nas caras de velhinhas naftalinizadas e moçoilas muito bem casadas que dormem em cestos de rosas vermelhas,  que vem meter o bedelho em nossa vida. Pisão no pé também pode.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Maternidade, o lado B. Ou a vida como ela é e não como deveria ser. Ou porque caralhos nunca ninguém me contou isso?



*este post está concorrendo ao melhor post do mundo Limetree  http://limetr.ee/  

Me deu um ataque sincericida. E  de tanto ver mãezinhas falando oh- como- a- vida- é- boa-como- filho- é- mágico, que resolvi falar a verdade. Segurem.  
O que nunca ninguém me contou: (Por que meu deus? Por que?) 
Que aquelas fotos de book gravídico são tudo uma farsa. Mães sorrindo placidamente segurando a barriga e olhando o mar é photoshop emocional. Tudo atriz. A verdade é que na gravidez a gente incha, vira uma orca com elefantíase. Não acha posição na cama, se sufoca com a própria barriga, vive num mundo paralelo. Um mundo regido por hormônios. Que ora estão de bom humor, ora não. E ora não ora não ora não.......
Que passamos 9 meses numa montanha russa emocional com direito a vômitos. Muitos vômitos. Além de diarréias e gases em profusão. Sem contar as hemorróidas. 
Que quando vamos fazer ultrassom ou exames de sangue quase temos um ataque cardíaco de medo. Que acendemos velas, invocamos orixás, jogamos pipoca pra cima e sal grosso pra baixo. Fazemos promessas pra que no temido morfológico apareça o osso nasal, vinte dedos e um coração que bate.
Que vamos todas corajosas levantar a bandeira do parto normal. Porque é o natural, é assim que deve ser. Sou forte. Sou índia. Vamo lá ficar de cóccix e botar uma vida pra fora. Só que atrás dessa bandeira estamos si-ca-gando de medo de aquela alcatra arregaçar nossas partes pudendas para todo sempre. Optamos então pela cesárea. SIM OPTAMOS, porque vivemos no Brasél e aqui pode se optar por. Mas claro que nas rodas matérnicas vou dizer que não foi opção, que minha filha tava com cabeça pra cima, que não tive contração e muito menos dilatação (na verdade, meu corpo usou esse mecanismo de defesa contra o medo) e dá-lhe cesárea. 
Mas quem disse que esse tipo de parto é simples, lindo, pimpão? Um corte de ponta a ponta na sua barriga do tipo ligue os pontos, formam um ‘smile’, aquela carinha sorridente, e que quando você olha no espelho, tem vontade de chorar e pensa: putaquepariu, me cortaram de cabo a rabo, nunca mais vão me amar.
Mas isso não é nada perto do que esta por vir. O neném. Sim, o neném.
Dizem os livros, revistas, amigos e parentes que você deve se sentir, (veja bem DEVE no sentido de dever, não de probabilidade), arrebatado por uma amor incondicional assim que pega seu filho nos braços. An.  E é nessa hora que você tem que dizer: meu deus que coisa linda! E foi nessa hora que eu disse: meu deus é um joelho?
É amor?  Explosão de felicidade? Na hora do parto? Cheia de agulhas enfiadas nas veias? Com um corte de 10 cm da sua barriga, com oito camadas suas expostas à uma equipe que conta piadas de judeu enquanto cavoca o seu útero e joga uma gaze suja na sua coxa? O que chamam de amor eu chamo de me tirem daqui. Aflição. Só Madre Teresa, se não fosse Madre, sentiria essa amor imediato pulsante, incondicional, acredito eu. Ou Dalai lama. Tenho uma amiga  foi  um pouco mais além, mas cada um sabe de si, né? “Tirem esse verme daqui” foi o que ela proferiu quando viu seu bebê. Acontece, gente. Quem é mãe sabe que acontece, mesmo que vocês abafem isso e guardem num baú a 18 palmos da terra esse tipo de emoção. Isso volta hein? Hora ou outra isso volta pra você. E melhor jogar pra fora. E não precisa ser taxada de psicopata por isso, os hormônios estão ai pra isso, pra culpar-mo-lhos. Assim como a depressão pós parto. Lindo. Uma criança saudável, faminta, com cabelinhos até! mas que chora pra caralho. Uma criança que é capaz de chorar por 10 horas seguidas. Não há amor incondicional que suporte o Baby Blues sem sucumbir.
 Nesse momento você olha para a janela do hospital. Confere se é alta. É alta. Sim!!!Pensamentos suicidas ou homicidas (que inclui todos aqueles parentes distantes que vão te ver pelada no hospital), passam a todo instante na cabeça das pobres mães. É, pobres mães, porque a gente não tem culpa de ser nardoni nessas horas. É uma coisa de deus, ou do diabo sei la. Mas não é da gente. É do universo, porra.
Daí ce leva o verminho pra casa, já sentindo alguma afeição entre um bocejo e outro, entre uma regurgitação e outra, entre um putaquepariu e outro.  Ele ri, você ri, ele chora, você chora, ele ri, você chora, você chora e ele chora, choramos. Choramos muito. Choramos por cansaço, por não saber lidar e por solidão. Sim solidão. Sentimos uma solidão intrínseca-visceral. Mesmo com alguenzinho grudado em seu peito, nos sentimos sozinhas. Adultas sozinhas, adultas crianças. Somos crianças e mais uma vez choramos. Desamparadas pela vida e por todos os nossos entes queridos mesmo que eles estejam no mesmo cômodo que nós. Não dá pra explicar. Só quem já foi mãe de um bebê de 1 mês sabe. SABE SIM do que tô falando. Não dissimulem. 
Daí ele cresce um tico, já levanta aquela cabeça balançante tipo cachorrinho- de- porta- mala- de- carro-de-pobre e você pensa WOW, tomara que comece a andar logo, minhas costas não aguentam mais esse peso. Quem ele pensa que eu sou? Um burro de carga? E lá vai você fritar bife com o pingente no colo; fazer cocô com ele te sorrindo no bebê- conforto posicionado estrategicamente a frente do vaso sanitário,   tomar banho enquanto ele cochila escorado por almofadas na sua cama “e se ele virar e cair?”  daí ce corre do banho enrolada precariamente numa toalha, pingando sangue. Ahhh sim, ninguém me disse que eu hemorragiria por quase 90 dias após o parto. E que gastaria em modess o equivalente a um Sandero 2012. Fora as vezes que você tem que almoçar com com ele penduradinho nas suas tetas. Quem nunca?
Tetas. Tetas sim. Seios não pra quem nunca amamentou. Porque a gente se sente uma vaca. Uma vaca esperando a hora do abate, que nunca chega.
Quantas vezes esqueci, ou não deu tempo de jantar, de tomar banho, adiar o xixi ate sua bexiga implorar por um Pyridium na veia?
Fora a vaidade. Que vaidade? Passamos a evitar colares, pulseiras, brincos e anéis, porque machucam os bebês e eles podem arrancam e se você tiver um milésimo de segundo distraída eles enfiam na boca e engolem felizes o seu anel de ouro rosa da Vivara, aquele que você que tá pagando a quinta parcela ainda. Corremos pro hospital preocupadas com a saúde deles, em prantos, e depois que o anel sai esquecemos eles no canto e vamos lá limpar  toda a bosta da nossa jóia, amaldiçoando a nossa criança.
Daí começam a andar, ahhhh que legal o andar! Essa fase é mágica, se você mãe, for maratonista. Por que só assim pra dar conta de correr atrás de 80 centímentros hiperativos all day long. Você cansa. Cansa demais e pensa... porque ele foi andar tão rápido meu deus?! Na verdade eles não aprendem a andar e sim a correr. Já nascem Robson Caetano.
Começa aí a aparecer alguma independência. Ufa! Você já pode ir pra cozinha cortar meia cebola enquanto ele fica na sala enfiando o controle remoto na boca, e você pede pra tirar, e ele põe e você pede e ele põe, ad infinitum. Daí ce desiste e aproveita pra chorar botando a culpa na maldita cebola. Mas leitora, não é a cebola que te faz chorar, é o seu filho, não se enganem.
Ter um bebê exaure, suga, chupa sua força. Ter uma criança exaure, suga chupa, engole, extingue suas forças. Dizem que na adolescência essa progressão aritmética piora. Oremos.
Falando em orar, eu até rezava antes de dormir, quando grávida. Depois n-u-n-c-a mais lembrei. Esqueci o Pai Nosso, o Salve Rainha, a Ave Maria. Só lembro do Credo. Credo que canseira, credo que feia que eu tô, credo que gorda, credo que vida!!!!
Vida social, esquece. Vida social de mãe de bebê é ir no supermercado e compartilhar os benefícios do Prebio1 no corredor de leite em pó. É saber que a Pampers absorve bem menos xixi que a Huggies, mas pra cocô é excelente. E o cocô hein? Milho inteiro e confundir beterraba com sangue é motivo recorrente de pânico pra mães desavisadas. Dá-lhe pediatra. Pobre médico de mãe de primeira viagem; esse ser é o que mais sofre. É cada pergunta, que hoje, quando lembro que liguei as 5 da manhã pra perguntar o que fazia com uma picada de pernilongo, me faz querer morrer. Mentira. Foda-se o médico. Ninguém mandou ser pediatra.
Aí chega o momento de os pimpolhos frequentarem a escolinha. Você começa a vislumbrar a sua independência. Seus braços ficam livres por meio período e você pode dormir. Pode? Não, não pode.  Você tem que lavar louça, roupa, chorar, fazer comida, chorar, trabalhar, chorar, tomar banho-se der- e ir buscar ele na escola. O que você fez nessas quatros horas? Viveu? Não. Sobreviveu a mais um dia. Tipo AA – mais um dia.
Se você for casada, chega a noite, entre um acordar e outro de seu filho, vem maridão encostar o pé gelado no seu. Se ele tiver sorte, você nem acerta o saco dele. Mas a intenção é essa.  E quando você não tem marido, você se sente uma miserável por nem ter um pé gelado pra se enroscar com o seu.
E quando calha de além de ingressarem na escola, os filhotes desmamarem? Ohhhhh independência máster. E se adicionar o desfralde? Isso é vida!! Engano ledo (mais um). Xixi por toda a parte, xixi de noite, xixi de dia, xixi na calça, xixi na cadeirinha do carro, xixi no shopping. Fora o cocô. Vida de cão. Nessas horas seus peitos já estão no chão, junto com sua auto estima. Peitos no chão, perna mijada, feijão no dente,  cabelo bicolor. Reze pra estar na onda do ombrè hair na época que seu filho nascer. Ou melhor antes de nascer, porque na gravidez é expressamente proibido tingir o cabelo (mas isso burlamos, viu ginecos? Temos técnicas transcendentais para isso)
Fora isso tudo aí supracitado, tem as birras em locais públicos e não públicos, tem os pesadelos, tem o terror noturno, tem o vamos brincar quando você chegar do trabalho, tem o não quero brócolis só chocolate, tem o posso dormir aqui com você, tem o..........
A lista é infinita e minha filha não tem nem 3 anos.
Mas sou a favor da sinceridade para com as outras mães. Conto. Conto tudo mesmo, para que pensem 2, 3, 4, 8 vezes antes de abrirem as pernas sem camisinha.
Ser mãe é padecer. O paraíso é história pra boi dormir. – eu podia ter tido um filho boi. Pelo menos dormia. (apagar) 



PS1: Claro que tem o lado A, mas esse todo mundo conta. Quando sarar minha TPM eu conto. 


PS pra mim: excluir esse post do blog assim que Lulu for alfabetizada.



*Clique no selo ao lado para votar, A PARTIR DA PROXIMA SEXTA FEIRA, dia 15. Obrigada. Preciso ir pra NY!! 

         

terça-feira, 29 de maio de 2012

Queridoas leitoreas, hoje estou compartilhando histórias Luluzísticas no blog da  Nestlé Preparem suas mamadeiras de leite Ninho e corrão láler!

Bejs


terça-feira, 22 de maio de 2012

Da genialidade de um pequeno cerumano

-mãe, cansei do Discovery Kids, põe no Discovery Help?

-Discovery Help, filha?

- é... Sabe o que é help? É ajudar. É a Discovery que ajuda

-entendi, mas o canal chama Discovey health 

-health? O que é isso?


-health quer dizer saúde


Pausa pensativa......


-mãe, espirra!


-espirrar? Não to afim Lulu....


-ah por favor... espirra vá


Giuliana encenando um espirro 


-Atchiiiiim 


-Health! 


JENIA!!! minha filha é uma JENIA!!!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O incrível talento para artes dramáticas

Lulu tira a sandália e reparo um discreto vermelhinho no pezinho dela

-O que você fez aí Lulu, massucô?

-Então mãin, eu fui tirar o tênis, daí meu pé enroscou no lixo, daí eu caí de costas assim ó (e se jogou no chão), daí eu rolei e fui parar em cima da pia ó ( escalando a pia), daí eu escorreguei e prendi o pé dentro do armário, desse jeito (abre o armário e põe o pé dentro), daí eu escorreguei e caí de barriga aqui (no vaso sanitário), aí a tampa fechou na minha cabeça, e meu pé machucou e ficou vermelho.

Pausa dramática.

Suspiro.

-Oi foi pernilongo. Não lembro....



sexta-feira, 11 de maio de 2012

A cama compartilhada, a fábrica de xixi e a depressão.



Uma breve atualização antes do post propriamente dito: saí da agência- delicinha, Lulu canta Set on fire to the rain inteirinha, minha cama nova é funestamente gelada, Lulu se comportou lindamente no aquário, aprendi a fazer molho bolonhesa, a babá que canta Beatles está prestes a nos deixar (aposto que se cantasse Teló, não pediria as conta, damn!)  e minha filha Lulu agora dorme. Peraí pontuei errado. Lulu: dorme, minha filha! Agora.
Ok, confesso, mas confesso baixinho pra não acordá-la: ela tem dormido melhor sim. Tirando alguns episódios de terror noturno (next post) e a fantástica fábrica de xixi que somos, nossa noite está um décimo de segundo mais tranquila. Embora ela tenha ido dormir cada dia mais tarde, por volta das 2h da matina. (sóque como não tenho mais que acordar as 7h tatudo lindo, lálálálá); estaria reclamando de barriga cheia (se eu tivesse almoçado)

Mas vamos por partes, como diria Jack:

Capítulo 1: o "PESADELO"  da cama compartilhada

Seguinte: como vocês já sabem, eu e Lulu dormíamos garradinhas-delicinhas-gostosinhas na mesma cama, certo? Certo. Inclusive, mês passado saiu uma matéria nossa no portal IG sobre o assunto, com direito a psicólogo analisando essa negativa, prejudicial e disgusting situação para o futuro psicológico da criança. Assim como foi o desmame e o desfralde. Só tenho uma coisa a dizer pro psicólogo: HA HA HA, sen-ta-lá-psicólogo.
Então que de uns tempos pra cá, temos nossa casa pópria, assim como nosso quartinho póprio. Ela o dela, eu o meu. O dela, um quartinho pirulito, colorido ensolarado, quentinho, aconchegante. O meu, um quarto enorme, com uma cama de pregos e colchão de pedras de gelo (porque caralhos comprei uma cama gigante, minha gente? auto-flagelo?) com paredes cinzas que se fecham sobre mim `a meia noite. Tenebroso (na minha visão, que fique claro).
Daí que assistimos desenho no sofá da sala até umas tantas, começa a bater o soninho(!), ela levanta, me dá boa noite e ruma pra caminha dela. "Tchau mãin, dorme bem."  S-i-m-p-l-e-s- a-s-s-i-m.  Pra ela.

Capítulo 2: o incrível funcionamento noturno dos rins

Sim, eu deveria estar incandenscentemente feliz em saber que nossos rinzinhos estão em perfeito estado. Mas por que raios eles tem que funcionar a todo vapor no período madrugatício, e não as 3 da tarde? Por que por que porque, meldels????
Nossa noite tem sido assim: lá pelas 2h ela dorme, `as 3h acorda e grita: xi-xiiiiiiiiiii, com a mesma entonação de voz daqueles caras que dão nota pra escola de samba: salgueeeeeeroooooo. Levanto, ando 10 passos, pego ela na cama dela, levo no banheiro, abaixo a calça (muitas vezes esqueço de abaixar a calcinha) ela faz xixi, limpo, levanto a calça, ponho ela no cantinho de olhinho fechado ainda, sento eu e... nada! NADA. Abro a a torneira pra dar inspiração, imagino chuva, mar, rio, catarata do Iguaçú, pororoca e nada. Levo ela pra cama dela, vou pra minha cama e durmo. Quarenta minutos depois acordo implodindo em xixi. Cruzo as pernas na cama e tento dormir mais um pouco. Na lógica popular, se pensar em água faz sair xixi, então o contrário também deve funcionar. Penso em seca, estiagem, nordeste, Fabiano, Baleia, araucáuria, deserto do Atacama, camelos e aí aparece um oásis. Não tem jeito. Levanto, faço meu xixi, volto pra cama. Cinquenta minutos depois... "mãeee, xixiiiiiiiiiii"  Imagino estar sonhando, viro po outro lado e durmo. XIXIIIIIII. Levanto ando 10 passos, pego ela... blablabla. Mesma história. E assim vai madrugada adentro. Xixi meu, xixi dela. Xixis assíncrônicos. Numa dessas idas ao banheiro, já sentindo a penúria emocional da solidão em minha cama, " distraídamente"  levo ela pra dormir comigo. Aconchego ela entre os meus braços e “ mãe, essa é sua cama, vou pra minha. Tchau” Engulo o choro e puxo minha coberta até cobrir todos os fios dos meus cabelos.  chega uma hora que penso: pra que dormir se daqui a pouco tenho que levantar? Pronto! nasce a Insônia do Xixi, acompanhada do próximo capítulo. 

Capítulo 3: a depressão

Rolo de um lado, rolo de outro, olho pro teto, imagino pegadas.... sonho acordada com Javier Bardem, sinto muito a falta dele(?), vai batendo aquela solidão na cama gelada, o vento assoviando aquele uuuuuuu na janela, talqual algum filme hitchockiano, começo a ver sombras de fantasmas empunhando espadas na minha cabeceira, mas e só a luz dos carros passando rua. Quedê calor humano? Quedê braço pra envolver minha cintura e me puxar numa conchinha romântica? Quedê ronco pra eu reclamar?  Minha perna esquerda procura desesperadamente por uma coxa grossa e peluda pra se enganchar, e a única coxa grossa e peluda que minha perna esquerda encontra é minha perna direita. (o 'grossa' foi um apenas um falso auto-elogio, me deixem). Encolho meu corpo em posição fetal, sinto escorrer uma lágrima, meu coração se aperta. Já sao 6h e não aguentando mais tanto sofrimento, pego minha naninha (sim, minha naninha, que foi?) e vou dormir na cama da Lulu. Ela dá uma acordadinha, olha pra mim e diz "tá com medo mãinzinha? Vem cá que eu te cuido”, me abraça e dormimos felizes até seu próximo xixi. Ou será o meu?

Resumo da ópera:  rins em perfeito estado, uma filha adulta e uma mãe com sérios problemas psicológicos. O próximo passo é eu começar a mijar na cama; o que não seria uma má idéia.