quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta para Rita Lee


Querida Rita Lee, tudo bem com você?

É o seguinte: hoje, dia 25/07 a minha filha está completando quatro anos de vida e me pediu um presente de aniversário e eu, na minha obrigação de mãe, estou disposta a ajudá-la a conseguir o tal presente.
Ela não me pediu bonecas, nem pelúcias e nem um cachorro (ok mentira! pediu sim, mas não foi só isso); Nalu tem um sonho e com toda a doçura e  prepotência que só uma criança de quatro anos pode ter, me pediu pra convidá-la pra jantar aqui em casa.
Sim, jantar.
Eu sei, sua agenda é bem cheia e nem sei se gosta de omelete, então sinta-se a vontade pra recusar o convite, embora vá deixar minha filha bem arrasada. Prefere strogonoff?
Nalu foi apresentada a você aos dois anos, no rádio do meu carro e ficou encantada com a música e com a voz da “Lita”. Chegando em casa me pediu pra ver a cara da “muié que cantava dicupa o auê”. Pois bem, procurei no youtube e achei o clipe do “Tudo vira bosta”; distraidamente apertei o play. No dia seguinte ela não queria comer o lanchinho da escola porque ia virar bosta. E nem filé minhão, champinhão e muito menos arroz feijão. Foi aí que ela se apaixonou por você eu acho, já que ela nunca foi muito de comer e agora tinha uma boa desculpa. Confesso que fiquei muito puta com você por isso, Rita, mas já passou.
A partir desse dia ela deixou de lado todos seus dvs e cds da barbie, backyardigans e bananas de pijamas e passou a dar a atenção única e exclusiva às suas músicas. Hoje ela já canta- e muito bem (sou mãe, você entende né?)-umas 12 músicas inteiras; diz que quer "nascer de cabelos vermelhos" e me pede dia e noite pra eu comprar olhos azuis; além disso, cada vez que me desobedece  manda um “eu não queria magoar você”, e quando tá brava me xinga de “você é pior que cobra cascavel”; quando eu digo que o cabelo cai quando não tomamos banho, ela me responde com “deus me proteja da sua macumba, deus me salve da sua praga, deus me livre o guarde de você” É... é bem difícil manter a pose de brava nessas horas, confesso.
Dia desses descobriu aqui em casa aquele cd em que você interpreta Beatles e mal acreditou no que ouviu: “mãe! Ela sabe falar inglês! Não quedito! E ela canta isbinahard dai nait certinho!”
Ela é louca pelos Beatles também, mas ela nunca me pediu pra ir no playground com John Lennon, graças a deus.

Enfim, Rita, esse é o sonho da Nalu e ela anda meio aflita. Semana passada me disse que o aniversário dela estava chegando e tinha que conhecer você LOGO. Eu perguntei o porquê dessa pressa toda e ela me respondeu: “bem main ...ela já tá com 300 anos e não vai durar muito. Pufavô”

Então diante disso, me vi obrigada a escrever-lhe o quanto antes.

Obrigada pela atenção,
minha ovelha negra te manda um beijo grande.

Abraço esperançoso,
mãe da Nalu.

PS: Ela acha que esta carta nunca chegará até você porque você “mora longe” então me pediu pra mandar um ‘tuit’ e acaba de me lembrar que tem que ser a Rita Lee real, não a imitação.  Que deus me ajude. Amém.


Aí vai uma pequena amostra do amor e talento de Nalu. 


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Repostagem- É pique! é pique! é pique! (haja pique...)

Quero pedir licença a Revista Pais&Filhos para repostar meu texto sobre os 4 anos de Nalu. Quero deixar registrado aqui, e pra quem não leu, aí vai.

Minha menina completará quatro anos.Quatro.Olho pra essa moça e ela ainda é um bebê, olho pra esse bebê e ela já é uma moça.

As crises de birras acabaram agora que ela já é ‘criança crescida’ e se comporta como tal, certo? Errado. A calmaria dura uma semana- ou nem isso – e iniciam de novo porque ela é um bebê, oras. Bebês são birrentos mesmo.As palavras saem de sua boca de um jeito assustadoramente correto, concordando em gênero, numero e grau. Ela diz ter “certeza absoluta” das coisas e deseja que alguém vá “conosco”, mas às vezes ela quer comer “picoca” e ver “tevelisão”.
Luísa é altiva, independente, faz xixi sozinha e sempre solta minha mão pra atravessa a rua; a Anna quer colo, tetê e chupeta. Ou essa seria Luísa e a outra Anna? Não sei.
Tem minuto que ela me odeia e viro a “pessoa mais chata do mundo”, deseja ficar sozinha ou “morar sozinha” e não quer mais ser minha filha, e, no minuto seguinte “eu amo você mais que tudo, coisa gotosa do meu mundo”.
Tem dias que acordo doente e ela não tá nem aí,”acorrdaaa logo”, tenho que levantar da cama e cumprir meu papel de mãe (e uma mãe bem exigida diga-se de passagem); em outros dias, ela traz o termômetro e me cobre com seu cobertorzinho, me empresta a naninha e diz pra eu ficar “tanquia”. E eu fico.
Luísa é apaixonada pela Rita Lee, Barão Vermelho, Beatles e Rolling Stones, e Anna gosta de Palavra Cantada,Patati Patatá e Backyardigans. (ainda não sei se a ordem é essa.)
As duas são uma miscelânea incrível de ternura e teimosia, coragem e medo, alegria e raiva, amor e ódio, sim e não,  silêncio e tagarelice, vaidade e pé sujo de lama. A Bela e a Fera.
Amo as duas intensamente cada uma a seu modo.
A bebê e a mocinha, a Anna e a Luísa.
A mistura, a Nalu.
........Filha, dia 25 é o seu dia (como se todos os outros não fossem...) e eu quero te dar um presente, mas não um presente qualquer, quero te dar um presente que possa ser lembrado pra sempre e guardado na memória e no coração até quando der. Não, não tô falando do furbie, nem da barbie sereia e nem nada disso. Eu quero te dar a recordação do melhor aniversário da sua vida. 

Quero reunir as pessoas que você mais ama em volta da mesa do bolo, celebrando e comemorando com você, igualzinho aquele 25 de julho gelado e ensolarado de 2009.
E ali, filha, junto com você, estará a sua vó, seu vô, suas tias, sua bisa, seu pai e sua prima querida e eu, claro. Todos juntos pela primeira vez depois que eu e papai separamos.
Esse é o meu presente e espero que goste. Não vou nem embrulhar, tá?
Feliz quatro anos, mon tout.
Te amo.